Fazenda Serra do Boné
Carlos Sérgio Sanglard escreveu parte da história que deu início aos cafés especiais de Araponga-MG. A sua paixão pela cafeicultura elevou o padrão dos grãos produzidos na Fazenda Serra do Boné, às margens do Pico do Boné, do Parque Estadual da Serra do Brigadeiro, onde dedicou 35 anos dos seus dias junto com sua esposa Sônia Maria Lopes Sanglard e filhos, Karla Mariany Lopes Sanglard, Matheus Lopes Sanglard e Nathan Lopes Sanglard. Ele deixou a família, em fevereiro de 2021, e passou parte de seu legado para o filho Matheus que começou a gerir as lavouras deixadas pelo pai.
Em 1986, Sérgio comprou a propriedade do pai, na região das Matas de Minas. As terras eram ocupadas por pasto, alguns trechos de mata e apenas 5 mil pés de café. Na época, ele trabalhava com obras, através de sua sub-empreiteira por cidades da região. Inicialmente, as principais atividades desenvolvidas na Fazenda Serra do Boné era gado de corte e leite, já que não demandavam tanto tempo para que o futuro cafeicultor continuasse com sua empresa de obras.
Durante alguns trabalhos em São Miguel do Anta, ele conheceu sua esposa Sônia e decidiu fixar residência na propriedade em Araponga. Já em 1992, o cafeicultor começou a plantar mais pés e voltar-se para o cultivo das lavouras. Passou a primeira década secando o café em terreiros de cimento e vendendo os grãos em coco.
Já em 2003, Sérgio começou a investir em novas técnicas de terreiro suspenso e aquisição de máquinas para o beneficiamento do café. No mesmo ano, incentivado por integrantes da primeira associação de Cafés Especiais de Araponga, ele inscreveu um lote no concurso Cup of Excellence que levou o prêmio de melhor café do país, com nota 95,35. O catuaí vermelho plantado à 1.300 metros de altitude selou o destino do cafeicultor que passou a acreditar ainda mais no potencial de sua produção.
Homenagem
Matheus Sanglard se emociona ao falar do legado deixado pelo pai e lembra dos últimos cinco anos dedicados ao trabalho e convívio com Sérgio Sanglard. “Temos uma missão de cuidar da propriedade da forma mais bonita e prazerosa que conseguirmos. Não tenho nem palavras para descrever o que ele me ensinou”.
Formado em agronomia em 2016, Matheus chegou a trabalhar em Petrolina e retornou para trabalhar na propriedade da família. “Os nossos planos não tem nada a ver com os planos de Deus, a gente se frustra no caminho, só que mais para frente Ele mostra o porquê de todo esse trajeto. Tive a oportunidade de conviver, trabalhando, aprendendo e cultivando a amizade com meu pai por estes últimos cinco anos”.
Técnicas de plantio
A técnica aplicada na maior parte dos cafés da Fazenda Serra do Boné é o cereja descascado. Depois de aguardar os grãos chegarem ao ponto mais maduro possível, a colheita ocorre de forma manual ou semi-mecanizada, com a derriçadeira, pelas 50 famílias de meeiros (parceiros agrícolas). A secagem é feita 100% em terreiro suspenso. “Notamos que a metodologia garante a limpeza dos grãos, além disso, a secagem acontece mais lenta e isso melhora a qualidade da bebida. Outro benefício é a redução da mão de obra para realizar este processo”, explica o cafeicultor. Quando necessário, a secagem é finalizada, de forma lenta, em secador mecânico. A limpeza é feita na propriedade e as bags são armazenadas em Viçosa, em um armazém.
Como o café é produzido com foco na participação em concursos, toda colheita é feita com a técnica de rastreabilidade. Sendo assim, cada vez que o café é colhido, o responsável reservada uma amostra para prova. Mesmo os grãos de um mesmo talhão, se colhido em dias diferentes, são armazenados, separadamente. “Depois de provar e confirmar a pontuação e notas sensoriais, juntamos alguns microlotes semelhantes”.
– Hectares plantados – cerca de 120 hectares plantados com média de 500 mil pés
– Média de produção – 3.500 sacas média/ano
– Espécies plantadas de café – 100% arábica – Catuaí Vermelho e Amarelo, Catucaí Vermelho e Amarelo, Mundo Novo, Bourbon Amarelo, Gesha, Oeiras.
– Altitude da lavoura – entre 1 mil a 1.400 mil metros de altitude
Ações de Sustentabilidade
Ações de sustentabilidade sempre foram um norte para Sérgio Sanglard. Há 35 anos, quase toda a propriedade era pasto e, hoje, possui vegetação nas margens dos rios e nascentes, todas elas cercadas e catalogadas. Parte da fazenda pertence a área de preservação do Parque Estadual Serra do Brigadeiro, e, além disso, existem Áreas de Preservação Permanente (APP), com matas secundárias pela propriedade e algumas áreas de cedros australianos plantados em consórcio com as lavouras.
Outra ação de sustentabilidade é o reaproveitamento máximo da água do descascador.
Canais do Produtor
Há dois anos, os irmãos Matheus e Natan Sanglard investiram em um novo negócio que é a torrefação.
As marcas são ‘Café Sanglard’ para cafés mais seletos e de alta qualidade e o Café Gourmet ‘Serra do Brigadeiro’ com preço mais acessível. Mais informações e pedidos pelos canais abaixo:
Site – https://www.cafesanglard.com.br/
Instagram: @sanglardcafe
Facebook: @cafesanglard
WhatsApp: (31) 9 9799-9313